A Rede Pública de Carregamento – Cartões e Apps

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Caso tenham lido o meu primeiro Diário de Bordo, sabem que não tenho garagem e utilizo muito a rede pública para carregar o meu Tesla, acabando por me tornar quase à força um “expert” na matéria.

O indispensável para carregar

Neste momento, precisam de ter pelo menos um CEME (Comercializador de Energia para Mobilidade Elétrica), ou seja, um cartão físico ou virtual (via aplicação) para autorizar o carregamento em postos públicos.

No meu caso, tenho 6: Miio, Prio, LuziGás, eVAZ Energy, EDP Charge e Via Verde Eletric, este último é o único em formato virtual e que a sua utilização é através a app da Via Verde.

Porquê tantos cartões?

Poupança, pois nem sempre um determinado CEME é o mais barato. O preço por kWh varia consoante o operador do posto público, a hora e o dia em que carregamos. À data e hora a que escrevo este artigo, recorrendo à aplicação da Miio e utilizando como exemplo os meus 2 pontos de carregamento favoritos – um lento e outro rápido (Lidl) – para um carregamento dos 20% até aos 80% (Tesla Model 3 SR+ com 55kWh), o preço a pagar é este:

Como podem verificar, o preço por kWh de cada CEME varia de posto para posto. Se adicionarmos mais postos (lentos e rápidos) esta discrepância torna-se ainda maior. O que tenho vindo a notar, ao final de tantos carregamentos, é que o EcoChoice (Via Verde), Prio e a EDP Comercial (o preço em questão deve-se a ter EDP Comercial em casa) costumam ser os mais interessantes. Em termos de postos, o Lidl é sempre dos mais baratos, pois o Operador do Posto Público (KLC) tem preços bastante atrativos, tornando-o uma das principais escolhas quando utilizamos a rede pública.

Comparar os preços

A principal ferramenta que uso para comparar os preços é a app Miio – App Store | Google Play

Caso estejam a pensar em comprar um veículo elétrico, podem e devem instalar a aplicação e criar conta para começarem a ficar familiarizados com a mesma. Adicionam o vosso “futuro” carro elétrico e vão simulando carregamentos nos vários postos que tenham em vosso redor. Assim, ficam com a ideia dos preços mas também se o posto costuma estar ocupado ou não – isto se forem verificando a app durante o dia ou nas possíveis janelas horárias que tenham em mente para carregar. Antes de avançar com a compra do Tesla, foi isto que fiz durante 2 meses. Assim fiquei com a noção dos preços, afluência e onde existem postos (o que me permite ter sempre um plano B, caso esteja ocupado ou avariado).

Para adicionar os vários CEME à aplicação Miio (não precisam de ter o cartão de cada um) é muito simples:

1 – Na app Miio carregam no canto inferior direito, para irem ao vosso perfil.

2 – Carregam em “Ver plano adicionados”.


3 – Carregam em “Adicionar plano”.

4 – Da lista disponível, selecionam o CEME que pretendem.
(pode não esta atualizada com toda a oferta existente do mercado)


5 – Dentro do CEME, podem ter vários tarifários. Escolhem o que vocês contrataram ou esperam a contratar.

6 – Depois é só carregar em “Guardar plano”.


7 – Depois basta selecionarem um carregador e carregar na ficha que pretendem (neste exemplo, “CCS”).

8 – Carregar em “Preços”.


9 – No topo, vão ter o preço a pagar utilizando o CEME Miio.

10 – Fazendo scroll, na parte inferior, vão encontrar os planos que adicionaram anteriormente.


11 – Podem verificar o detalhe do preço a pagar se carregar nos diferentes CEME’s.

Nenhum cartão ou aplicação tem qualquer fidelização ou pagamento mensal, como tal, podes ter os que quiseres! Todos os cêntimos contam e se vais carregar muita vez em postos públicos, convém que procures o valor mais barato, sempre que isso for possível.

Por fim, quero ressalvar duas situações em relação ao uso de aplicações:

  1. Quando pretendem carregar o vosso carro utilizando uma aplicação, como a da Via Verde, abram o mapa, seleccionam o posto em questão e escolher “carregar”. Após isso, é emitido assim uma comunicação para o posto em questão, de modo a dar início à carga. Se não for possível comunicar com o posto devido a um problema de rede (por exemplo), a carga não vai iniciar e não conseguem carregar.
  2. Cada posto tem uma identificação mas esta pode ser atualizada (não sei o motivo) e ainda não estar devidamente mapeada na aplicação em questão, tornando o carregamento impossível. Um exemplo prático que tenho é o posto do Lidl, em Abrantes, onde a identificação inicial era ABT-00004 e agora passou para ABT-00028. Porém, esta mudança ainda não está visível na aplicação da Via Verde. Isto já aconteceu há mais de 2 meses e continua igual ao dia de hoje.

Devido a estas situações, é imprescindível terem sempre com vocês um cartão físico, de modo a estarem sempre salvaguardados. Outra situação, muito menos comum (apenas me aconteceu 1x), é o posto estar sem comunicação mas ativo. Como tal, se tentarem utilizar um cartão que nunca foi utilizado no mesmo, não será possível confirmá-lo e assim não vão conseguir iniciar carga. Nesta situação, vão ter de usar um cartão que já tenha sido utilizado naquele posto, pois o mesmo está na sua “memória”. Assim, quando voltar a ter comunicação será transmitido a utilização que foi feita, para ser devidamente debitado. Pode assustar ao ler isto, mas parece-me muito raro de acontecer.
(em mais de 140 carregamentos em postos públicos, apenas me aconteceu 1x)

A rede pública tem estado a crescer, apesar de ser a um ritmo muito inferior ao que se vende veículso elétricos. Precisamos de mais carregados rápidos, e tenho apanhado cada vez menos carregadores inativos ou avariados (não sei se por sorte ou se pela manutenção dos mesmos estar melhor). A sua utilização devia ser mais simples, como os Tesla Superchargers, onde bastava chegar, verificar o preço €/kWh, ligar o cabo e passar o nosso cartão de débito para iniciar a carga. Ao que tudo indica, o caminho será esse mas aguardemos para que a sua implementação comece.

Até lá, vou continuar a utilizar a rede pública e a relatar aqui no blog o que tem de bom e o que tem mau.